O meu amigo Rafael André, foi-me aliciando, desde Novembro de 2009, para participarmos na “ULTRAMARATONA BTT - SRP160/2010".
Apesar de não estar preparado para pedalar mais de oito horas em cima de uma BTT, pois nunca o tinha feito, não resisti a mais uma aventura e lá me inscrevi.
Este ano, fui intensificando uns treinos de BTT, tendo feito pela primeira vez mais de quatro horas com este tipo de bicicleta no “Passeio a Fátima”.
Apesar da aventura e o desconhecido não me assustarem, o meu único objectivo era terminar a Maratona. Confesso que na véspera da prova já sentia algum arrependimento por tamanha loucura, isto porque há quase uma semana que não dormia direito e pouco descansava, por motivos profissionais, acrescido ao facto de não parar de chover pelo que os campos estavam completamente alagados. Pedalar tantos quilómetros nestas condições, só mesmo para malucos. Eu seria um deles.
Saímos do Porto no dia anterior, ao final da tarde, chegando a Serpa pelas 23H00. Depois de levantados os “dorsais”, dirigimo-nos para o Hotel, sempre acompanhados da chuva.
Chegado ao hotel e ao preparar o material para a prova, tive a primeira contrariedade, só tinha uma câmara-de-ar e estava sem bomba. Esta “falta” podia ser um pretexto para desistir, mas como já tinha dito a meio mundo que ia fazer o “SRP160”, o orgulho não me permitiu que desistisse. E lá fui eu.
Sai do hotel pelas 6H30 e para não variar, persistia a chuva. Mas ainda antes da partida, marcada para as 8H00, o tempo começou a melhorar, o que aumentou o ânimo geral.
Apesar de não estar preparado para pedalar mais de oito horas em cima de uma BTT, pois nunca o tinha feito, não resisti a mais uma aventura e lá me inscrevi.
Este ano, fui intensificando uns treinos de BTT, tendo feito pela primeira vez mais de quatro horas com este tipo de bicicleta no “Passeio a Fátima”.
Apesar da aventura e o desconhecido não me assustarem, o meu único objectivo era terminar a Maratona. Confesso que na véspera da prova já sentia algum arrependimento por tamanha loucura, isto porque há quase uma semana que não dormia direito e pouco descansava, por motivos profissionais, acrescido ao facto de não parar de chover pelo que os campos estavam completamente alagados. Pedalar tantos quilómetros nestas condições, só mesmo para malucos. Eu seria um deles.
Saímos do Porto no dia anterior, ao final da tarde, chegando a Serpa pelas 23H00. Depois de levantados os “dorsais”, dirigimo-nos para o Hotel, sempre acompanhados da chuva.
Chegado ao hotel e ao preparar o material para a prova, tive a primeira contrariedade, só tinha uma câmara-de-ar e estava sem bomba. Esta “falta” podia ser um pretexto para desistir, mas como já tinha dito a meio mundo que ia fazer o “SRP160”, o orgulho não me permitiu que desistisse. E lá fui eu.
Sai do hotel pelas 6H30 e para não variar, persistia a chuva. Mas ainda antes da partida, marcada para as 8H00, o tempo começou a melhorar, o que aumentou o ânimo geral.
A partida foi dada às 08H00 em ponto, sendo cerca de 300 os malucos que alí se encontravam.Os primeiros quilómetros do percurso foram em asfalto, ideal para aquecer os músculos e ver os mais rápidos posicionarem-se na frente.
Mas mal entrámos nos trilhos em terra, apercebemo-nos que, apesar do acumulado desta prova não ser muito alto, iríamos ter muita dureza pela frente. Os pneus colavam-se ao solo, era lama, lama e mais lama. Mesmo em plano tínhamos que fazer uma força constante. A bicicleta não embalava (palavras de Vítor Gamito, que viria a ser o primeiro a cortar a meta). A juntar a isto, os inúmeros riachos tinham-se transformado em ribeiros. Alguns deles com água, lamacenta, que nos chegava à cintura.
Quando não era a água eram as poças de lama, que se agarrava à corrente, aos travões, enfim….. Em algumas delas as rodas ficavam enterradas e os sapatos desapareciam.
Recordo-me que tentei passar um riacho com cerca de 1,5 metros montado na bicicleta, mas a roda da frente ficou enterrada até ao guiador, tinha mais de um metro de profundidade. Isto até estava ser divertido, não fosse um furo na roda traseira ao quilómetro 17 e ficar sem a única câmara-de-ar suplente, o que poderia inviabilizar os meus objectivos de chegar ao fim.
Apesar do furo ser grandinho, lá guardei a câmara-de-ar (como faz o BU) não fosse preciso colocar um remendo ! Reparado o furo lá seguimos pelos trilhos, quer dizer, pela lama.
Na passagem por um single track
Imagens marcantes do profundo Alentejo
Um single track bem enlameado
A passagem por mais um ribeiro
Um dos poucos "pontos secos" do percurso
Eu, a bike e o Alentejo
Em terrenos mais inclinados
Em pleno esforço num "ponto" mais inclinado
Apesar da pouca altitude, o constante sobe e desce, a água e a lama, tornava a prova extremamente difícil, tendo apenas como antídoto ao cansaço as magnificas paisagens do profundo e imenso Alentejo, passando por locais de rara e incontornável beleza.
Gostei particularmente da passagem nas abandonadas minas de S. Domingos onde as cascatas originadas pelas recentes chuvas davam um aspecto de certa forma dantesco ao cenário, mais parecendo um cenário do filme MadMax... e ainda de uma escola primária plantada no cimo de um planalto onde em redor só se avistava a vegetação verde (mais pareciam campos de golfe).
Gostei particularmente da passagem nas abandonadas minas de S. Domingos onde as cascatas originadas pelas recentes chuvas davam um aspecto de certa forma dantesco ao cenário, mais parecendo um cenário do filme MadMax... e ainda de uma escola primária plantada no cimo de um planalto onde em redor só se avistava a vegetação verde (mais pareciam campos de golfe).
Imagens marcantes do profundo Alentejo
Um single track bem enlameado
A passagem por mais um ribeiro
Um dos poucos "pontos secos" do percurso
Eu, a bike e o Alentejo
Em terrenos mais inclinados
Com todas estas dificuldades, acrescentando o vento que soprava e a chuva que recomeçou a cair por volta do meio dia, aliado ao facto do André também ter furado ao quilómetro 75 e o nosso saco que tinha uma câmara-de-ar de pressão máxima de 1.90, enquanto os nossos pneus eram de 2.0 !,
A hipótese de não aparecer na zona de abastecimento, como estava estipulado, levou-nos ao desespero, motivo que nos levou a “rebocar” um colega de profissão que rolava sozinho e que possuía aquilo que para nós era precioso: uma câmara-de-ar.
Deste modo, seguimos os três desde o quilómetro 90 até à meta, sem problemas de maior. Quer dizer, o conta-quilómetros do André deixou de funcionar, perdeu uma pastilha do travão da roda traseira da bike, o nosso camarada de ocasião ficou sem poder engrenar o prato pedaleiro mais pequeno e a minha suspensão resolveu bloquear. Mas lá fomos pedalando a bom ritmo até à meta.
A hipótese de não aparecer na zona de abastecimento, como estava estipulado, levou-nos ao desespero, motivo que nos levou a “rebocar” um colega de profissão que rolava sozinho e que possuía aquilo que para nós era precioso: uma câmara-de-ar.
Deste modo, seguimos os três desde o quilómetro 90 até à meta, sem problemas de maior. Quer dizer, o conta-quilómetros do André deixou de funcionar, perdeu uma pastilha do travão da roda traseira da bike, o nosso camarada de ocasião ficou sem poder engrenar o prato pedaleiro mais pequeno e a minha suspensão resolveu bloquear. Mas lá fomos pedalando a bom ritmo até à meta.
Quando não dá para pedalar, pega-se na bike
A entreajuda, a superação e a persistência dos desafios, fazem com que cresçamos mais um pouco como pessoas e como desportistas. Venha o próximo !
A entreajuda, a superação e a persistência dos desafios, fazem com que cresçamos mais um pouco como pessoas e como desportistas. Venha o próximo !
2 comentários:
PARABÉNS ROGER.
É de mais (bravos) elementos deste calibre que o grupo precisa.
Após tantas dificuldades, é um prazer imenso teminar uma maratona (como eu o sei!). E logo uma destas!!!
Abraço
Tino
Parabéns Roger pela aventura e pela coragem!Quando quiseres a companhia de mais alguns "malucos" para este tipo de aventura podes contar com alguns de nós (comigo por exemplo)...
Abraço
Lady
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